quinta-feira, 28 de maio de 2009

O que é a vida…?

Hoje de manha enquanto entregava a minha princesa no colégio para uma visita de estudo à quinta pedagógica da granja, conversei com uma outra mãe ansiosa que por coincidência as nossas pirralhas, como diz o Pedro, têm a diferença de 5 dias de nascimento. As nossas princesas!
Como mães galinhas, amantes do cuidado, segurança e bem estar das nossas crias, parecia-mos umas tontas a dizer adeus a um gigantesco autocarro carregado seguramente de pirralhos. Só filmado.
Deixámos de ver o autocarro e ficou a saudade e ânsia da vinda segura das nossas crianças. Lá foi um pedaço grande do nosso coração nas mãos de profissionais mas sem a protecção da nossa asa.
Sem razão falámos das birras e mimos das duas princesas. Por vezes são a razão da nossa impaciência mas muitas vezes a razão que nos faz viver, amar e continuar na vida e na luta de um grande objectivo. Um melhor futuro para eles.
Quando me lamentei que o motivo era o facto de a Joana estar a crescer sem pai logo a minha “parceira” de diálogo me respondeu com uma mão no ombro que a minha história não era pior que a dela que me passou logo a comentar.
O marido faleceu aos 7 meses! O filho com 6 anos tem uma leucemia! Tem 30 anos e perdeu repentinamente o marido e o pai dos filhos.
Meu Deus, como posso eu lamentar uma vida saudável até mental e ser egoísta ao ponto de não perceber que a realidade à minha volta é tão dura também para outras mães.
Claro que não estou totalmente de parte do que se passa no mundo relativo a certos assuntos mas a minha dor pareceu-me ser tão maior que outra qualquer que nem parei para reflectir. Apenas sei dizer que há males que vêm por bem.
Na verdade, hoje particularmente, sinto-me bem pela vida que tenho e pela força que esta mãe me transmitiu com uma natureza implacável marcando a minha manhã.
Não, Não somos nada. Hoje temos o mundo e amanha já não existe o que pensava-mos ter.
Os nossos filhos e a força de viver com o apoio de quem nos ama é que nos fazem manter de pé.
Não tem sido fácil. É claro que existem problemas mais complicados mas a questão está em nós.
Sim, os filhos dão-nos muita força e até mudamos o mundo por eles mas a nossa força interior, o nosso amor-próprio, a nossa vontade de sobreviver até só para contrariar as partidas que a vida nos prega é um sentimento que nos ultrapassa.
Somos assim.
Eu herdei da minha mãe que até nem tem comparação. Ela sim foi um furacão como mãe e pai, mulher e profissional. Sobreviveu ao mundo e numa época que não foi fácil de passar. Em 1974 com a morte do meu pai e dois filhos pequeninos nos braços não houve desespero ou mágoa que a deitasse a baixo. É natural que tenha havido dias de tempestade ou só nublados mas éramos nós, filhos, que a mantínhamos de pé. Éramos os três. Apenas os três. Nós só contávamos com ela e ela connosco. O meu irmão assumiu desde tão pequeno o papel do homem da casa. Cresceu à força. Hoje é um homem e um pai exemplar e até tem uma palavra amiga de calma para a irmã que está constantemente com o complicometro em stress. A minha mãe é a rainha da compreensão. Cansada e a precisar de férias como é óbvio mas está lá sempre. As guerrinhas entre mãe e filha são o espelho da igualdade de feitios e de vidas. É uma Grande Mãe.
A minha Joana…
A minha princesa está a aprender a lidar com a mãe. Testa-me a torto e a direito. É outra perfeição de uma futura grande mulher. Personalidade assente mas moldável. Finca-pé mas já sabe em que terreno está a pisar. O olhar que troca entre mim e a avó ou agora o Pedro é sempre a testar até onde pode ir.
É um doce de menina. Tem 2 anos e meio. Fala como uma papagaia e repete tudo o que digo. Ralha com os bebes dela como ralho com ela e é assim que se traduz o dia-a-dia com sempre mais uma novidade a acrescentar.
Agora que o meu tempo tem estado mais ocupado com o amor, cheio de novidades e calma, a minha reflexão é grande. Não tenho muito tempo para escrever, ler, pesquisar, “blogar” mas tenho adquirido uma parte importante que ainda não estava preenchida nem se avizinhava tão cedo, apesar de ser de há longa data.
O meu Pooh…
É o doce em pessoa. Compreensível, calmo, exige sem o afirmar que tem que reflectir antes de falar para não magoar ou tomar qualquer atitude brusca ou impensável.
Estou mais calma. Também mais distraída de trabalhos. É o meu tempo. Não ignoro o dia-a-dia mas é difícil geri-lo. É amar todos os momentos, apreciar a manha esteja ela de chuva, fria ou quente, é dar importância aos pormenores do bom da vida, etc.

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